Lula e Maduro discutiram eleições na Venezuela, mas não falaram de Essequibo, diz Planalto
Mundo
Publicado em 02/03/2024

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o chefe do governo da Venezuela, Nicolás Maduro, conversaram em uma reunião bilateral nesta sexta-feira (1º), em São Vicente e Granadinas. De acordo com o governo brasileiro, os dois líderes conversaram sobre eleições as venezuelanas, marcadas para o segundo semestre de 2024, mas não trataram da disputa de Maduro com a Guiana pelo território de Essequibo.

O encontro bilateral ocorreu à margem da 8ª Cúpula da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (CELAC), em Kingstown, capital de São Vicente e Granadinas. O ministro das Relações Exteriores do Brasil, Mauro Vieira, também participou.

Lula tem proximidade com Maduro e quer usar essa condição para influenciar o presidente venezuelano a promover eleições limpas e transparentes no país. Maduro é herdeiro político do ex-presidente Hugo Chávez, morto em 2013, e governa a Venezuela desde então. Organismos internacionais atestam que as eleições venezuelanas que mantiveram Maduro no poder não foram livres e temem que a deste ano siga o mesmo destino.

 

O Palácio do Itamaraty busca, por meios diplomáticos, levar a Venezuela a cumprir o acordo de Barbados, que determina eleições transparentes no país. Segundo analistas, os esforços de Lula e dos diplomatas não devem mudar as intenções de Maduro. A oposição no país vizinho vem denunciado cerceamento de liberdade eleitoral.

 

“O líder venezuelano disse ter articulado um amplo acordo com partidos de oposição na Assembleia Nacional de seu país e sustentou que haverá observadores internacionais e auditoria para garantir a lisura do pleito”, disse o Planalto em nota.

 

Segundo o governo brasileiro, a conversa durou pouco mais de uma hora e Lula e Maduro.

Além disso, informou o Palácio do Planalto, Lula e Maduro trataram sobre o contexto econômico, comércio bilateral entre os dois países, e também discutiram parcerias para frear o garimpo ilegal nas regiões fronteiriças, specialmente nas terras indígenas Yanomami, que abrangem áreas dos dois países.

 

 

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